
30 maio “ARTE MATA”: o single/manifesto de Mateus Fazeno Rock está no ar
“ARTE MATA” é um manifesto e também o primeiro single do novo álbum do artista Mateus Fazeno Rock. A mensagem aponta as contradições e a precariedade da estrutura para fazer arte hoje no Brasil, além de falar sobre o apagamento de certas tradições musicais, como maracatu, samba enredo e outras.
Seu manifesto é em poesia falada, em referência ao movimento das poesias de sarau e do Spoken Word, uma das bases da formação artística de Mateus, e metade da faixa é instrumental, trazendo uma paisagem sonora mais contemplativa, mas com acento na guitarra, como já é característico de seu trabalho.
O single “Arte Mata”, assim como as outras músicas do álbum, foi produzido pelo próprio Mateus, em parceria com Fernando Catatau e Rafael Ramos. Esta faixa foi mixada por Vitor Farias, Fernando Catatau e Rafael Ramos no Estúdio Tambor (RJ) e masterizada por Chris Gehringer, que já masterizou álbuns de Rihanna, Rosalía, Dua Lipa, Wu-Tang Clan e muitos outros, no Sterling Sound (NY – EUA).
“Arte Mata” acaba de ser lançada pela gravadora Deck e já está em todos os aplicativos de música.
ARTE MATA
Ainda que eu seja o ritmo apoteótico do samba enredo que corta com muito esmero faces do esquecimento. E mesmo que eu seja o transe cadenciado desse batuque de maracatu – eu digo – desse batuque de maracatu. Ainda que eu não saia na Domingos e que eu seja o silêncio desse mic aberto, eu quero ser o verso poderoso de quem poderia segurar a bandeira, mas tá sem forças. Aquele que caiu, mas vai se levantar; aquela que falhou, mas vai tentar de novo; aquele que caiu, mas vai se levantar; aquela que falhou, mas vai tentar de novo. A ARTE MATA.
A vida imita a arte, mas a Arte Mata. Ela era um pixo na paisagem bonita, selvagem, sempre em transmutação. Até deixou alguém emocionado, já marcou o coração de um mano que morreu de tanto levar flechada, eles vão recuar; de tanto levar flechada, eles vão recuar. Vai ter que valer a pena ser combativo e essa melancolia não tá me fazendo bem. Mas aprendi da pior maneira que a Arte Mata. Artista nato, eu trago o ritmo como artefato e das palavras faço artesanato apenas por comida no prato, fazendo aquilo que foi destinado: mudar o mundo bem lentamente, fazendo a arte que morreu, a Arte morta. BRASIL MATA.
Ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro
Ou morre o sonho, ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro
Ou morre o sonho, ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro
Ou morre o sonho, ou morre o sonho, ou morre o sonhadouro